O Más País-Equo propôs no Congresso dos Deputados um calendário para a proibição de publicidade e patrocínio de veículos leves, comerciais e furgões a gasolina, diesel e outras tecnologias de combustão interna.
A deputada do Más País-Verdes Equo Inés Sabanés comparou esta publicidade com a proibição do tabaco ou do álcool. Na sua opinião, “não faz sentido continuar a permitir a divulgação de algo que tem um impacto tão directo na saúde”, razão pela qual frisa que esta medida, tal como a Lei Antitabaco, visa zelar pela saúde das pessoas e o planeta.
Especificamente, esta formação propõe que, a partir de 2025, seja proibida sua publicidade na mídia, outdoors e publicações acadêmicas. E mais dois anos permitem o patrocínio de esportes, cultura, instituições educacionais, publicações científicas, eventos públicos ou meios de comunicação, que segundo sua proposta seriam proibidos a partir de 2027.
O grupo parlamentar aponta que os dados do Ministério da Transição Ecológica e Desafio Demográfico atribuem 27,7% do total das emissões de gases com efeito de estufa aos transportes e mobilidade em 2020.
A indústria que mais investe em publicidade
Além disso, afirma que a indústria automobilística é “a que mais investe em publicidade na Espanha”, segundo dados do Infoadex, e que esta publicidade omite a responsabilidade do setor na poluição do ar, que mata a cada ano mais de 40.000 pessoas na Espanha. .
Numa proposta não legal registada na Câmara dos Deputados, Más País-Equo recorda os compromissos assumidos por Espanha para reduzir as emissões e os objetivos de eletrificar a mobilidade, bem como a proposta da Comissão Europeia de proibir a venda de veículos a gasóleo e a gasolina a partir de 2035.
Assim, justifica a iniciativa parlamentar sobre a necessidade de atingir a neutralidade climática “a tempo” em 2050 através de passos intermédios como este, bem como a sua proposta de avançar na proibição da fabricação de carros a combustão, taxar a energia suja ou apostar no transporte coletivo em oposição à opção do veículo individual.
Neste sentido, defende que a eliminação da sua publicidade e patrocínios aumentaria o conhecimento da opinião pública sobre este tipo de veículos, tendo em conta que a indústria automóvel é a que mais investe em publicidade em Espanha, com sete empresas entre os 20 maiores anunciantes do país.
Segundo dados de 2019, as marcas dedicaram 564 milhões de euros à compra de espaços publicitários, 13% do total do investimento publicitário realizado nesse ano. Assim, destacam como o maior anunciante do país é a Volkswagen (84 milhões no ano passado), o grupo PSA (atual Stellantis) foi o quarto, com 67 milhões, e a Seat (45 milhões), Renault (40 milhões), Ford (38 milhões milhões), Opel ou Toyota (ambas com 34 milhões).