Como ter um crédito afecta a declaração de imposto sobre o rendimento

Sabe como é que ter um crédito afecta a sua declaração de imposto sobre o rendimento? Aqui damos-lhe as chaves para evitar qualquer surpresa na sua declaração de impostos.

De acordo com o site de peritos financeiros Helpmycash.com, com a chegada da Primavera chega também o momento de prestar contas às autoridades fiscais. E, como sempre, perguntamo-nos o que temos a declarar e o que é possível deduzir, especialmente em itens extra que não fizemos em anos anteriores. Por exemplo, como é que isso afecta o facto de termos contraído um crédito ou empréstimo? Na verdade, existem apenas 3 pontos-chave a conhecer:

1. o crédito deve aparecer em qualquer caixa?

Não. Como não é qualquer tipo de rendimento, não aumenta o capital e não somos obrigados a declará-lo.

2. é dedutível nos impostos?

Apenas se for um investimento na sua própria casa ou em rendimentos de capital imobiliário se tiver sido utilizado para melhoramentos.

3. e se o empréstimo for feito entre amigos ou parentes?

Aqui é necessário distinguir entre um empréstimo e uma doação:

Doação é um acto de liberalidade através do qual uma pessoa dispõe de uma coisa gratuitamente em favor de outra pessoaque o aceita (Artigo 618, Código Civil).

Empréstimo é quando uma das partes entrega à outra parteO empréstimo é quando uma parte dá à outra, ou alguma coisa não fungível para o utilizar durante um certo período de tempo e o devolver, caso em que se chama fiança, ou dinheiro ou outra coisa fungível, na condição de regressar outro do mesmo tipo e qualidade, caso em que simplesmente mantém o nome de empréstimo (artigo 1.740, Código Civil).

No que diz respeito ao Tesouro, os dois são diferentes, uma vez que, enquanto a doação está sujeita ao Imposto sobre Heranças e Presentes, o empréstimo está isento de Imposto sobre Transferências e Imposto de Selo. Contudo, é aconselhável elaborar um contrato simples no qual todos os detalhes sejam reconhecidos: o montante emprestado, os nomes das pessoas envolvidas e a taxa de juro aplicada, mesmo que seja 0%. Uma vez assinado o contrato, este tem de ser legalizado e isto é feito através da Agência Fiscal, que o carimbará com um selo de autenticidade.

Algumas pessoas tentam fazer passar doações disfarçadas como empréstimos, mas é necessário saber que a Administração Pública está ciente destas fraudes e pode detectá-las, prová-las e obrigar o titular a pagar imposto por receber o “empréstimo”, e em alguns casos o direito à dedução pode ser perdido.

A Lei Fiscal determina que existe um conflito entre dois impostos quando existem “actos artificiais ou impróprios para a obtenção do resultado obtido”, com o objectivo de pagar menos impostos. Para que o fisco não veja fraude num empréstimo, a obrigação de devolver o capital é básica. A existência ou não de interesse não é tão relevante.